ORGIA
A diversidade volta a ser tema central na nova proposta da TN21, com um olhar sobre a a diferença, enquanto singularidade, uma diferença em contexto dos anos 60, num texto de Pier Paolo Pasolini, que aponta a palavra e a poesia como resposta contra a massificação da cultura de massas. Um texto dramático pela sua poesia, com a tragédia grega e o teatro da palavra a assumir protagonismo como contraponto à sociedade da imagem. Um suicídio como homicídio social, num convite ao público para refletir, um desafio para pensar a dualidade entre o eros, nos seus níveis do corpo, do coração e do sagrado, e o tânatos na sua dimensão de morte. Três intérpretes (Albano Jerónimo, Beatriz Batarda e Marina Leonardo) em cena a revisitar um texto de Pasolini, no ano em que por coincidência se assinala o seu centenário, num projeto que já está em processo há dois anos, dirigido por Nuno M Cardoso, numa proposta da Teatro Nacional 21 (companhia fundada em 2011 pela mão de Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu), com estreia marcada para dia 18 de Março, às 21H, no Teatro Viriato em Viseu.
foto Luís Puto
Orgia reflete as inquietações presentes em toda a carreira de Pier Paolo Pasolini. É uma tragédia contemporânea sobre a diversidade e sobre os impulsos obscuros e violentos que movem o ser humano. Mais do que uma peça de teatro, Orgia pode ser definido como um poema a várias vozes, ou um oratório laico que exprime, entre lirismo e declaração, a crise da sociedade contemporânea, representada através de uma obsessão individual. Em Orgia, o mistério da vida e da morte e os problemas da identidade encontram a obsessão do sexo, objeto de culpa e meio de conhecimento: eis então o delírio de um casal, uma orgia sangrenta de palavras que encontra a sua essência no reconhecimento da diversidade. Não é, no entanto, uma história pornográfica ou erotizada, Orgia pertence ao terreno das ideias, que Nuno M Cardoso nos apresenta, reunido, novamente, a Albano Jerónimo e, finalmente, a Beatriz Batarda e Marina Leonardo, erigindo este teatro de palavras conjugadas pela carne.
Orgia é uma tragédia contemporânea sobre a diversidade, a identidade pessoal e a procura por liberdade numa sociedade opressora, controladora e reguladora.
Nuno M Cardoso

Ficha técnica
Texto - (ele) Pier Paolo Pasolini
Tradução - (ele) Pedro Marques
Direção - (ele) Nuno M Cardoso
Com interpretação - (ele) Albano Jerónimo, (ela) Beatriz Batarda, (ela) Marina Leonardo
Cenografia - (ela) Ivana Sehic
Assistência à Cenografia - (ele) João Renato Batista, (ele) Rodrigo Queirós
Desenho de luz - (ele) Rui Monteiro
Assistência desenho de luz - (ela) Teresa Antunes
Figurinos - (ela) Sara Miro
Som - (ele) Óscar Correia
Fotografia - (ela) Susana Chicó
Direção de produção - (ele) Francisco Leone
Produção executiva - (ele) Luís Puto
Produção - Teatro Nacional 21
Direção Teatro Nacional 21 - Albano Jerónimo, Cláudia Lucas Chéu e Francisco Leone
Coprodução - Teatro Viriato - Viseu, Centro Cultural Vila Flor - Guimarães, Oficina
Apoios - Adelaide Castro, AMANDA, Circolando, Emanuel Abrantes, Ira de Jesus, João Renato Baptista, Lola Sousa, Mala Voadora, Polo Cultural das Gaivotas, Rodrigo Queirós
Agradecimentos - Gonçalo Gouveia Pro Dança, Paulo Capelo Cardoso
fotos Luís Puto