VENENO

Veneno foi escrito a partir de narrativas factuais verídicas, recolhidas num universo cosmopolita contemporâneo. 51% da população mundial encontra-se, neste momento, a viver em espaços urbanos - por razões económicas, melhoria das condições de vida, oferta de trabalho, entre outras. 

Veneno é, também, um texto centrado na ideia da decadência da família no contexto suburbano. Se a família é o paradigma ancestral daquilo que deve ser um governo, ambos manifestam, atualmente, a ideia de crise. Crise esta que, na génese etimológica, significa separar, dividir.


A narrativa foca-se nas circunstâncias, e consequências trágicas, de um pai recentemente desempregado e falido que decide sequestrar os três filhos - depois de assassinar a mulher e o seu amante. O pai os filhos convivem, então, num espaço exíguo e em condições precárias. Todo o discurso do pai é construído em torno da incapacidade de aceitação do real, tornando o seu discurso num delírio verosímil sobre a sociedade, a família, a política, e também sobre o amor; a falência do mundo interior e exterior. O pai exerce poder e violência através da linguagem e os filhos expressam-se por intermédio do canto lírico. Acontecem, assim, dois universos diferentes e incomunicáveis: o do subúrbio e o da aristocracia. Reúne características simultaneamente horríficas, cómicas e abjetas, mostrando o homem na sua expressão mais grotesca - entre o horror e o humor.

Veneno aborda fundamentalmente as consequências da falência social e a extinção da entidade família.

O PERCURSO DO TEXTO

Veneno foi escrito em 2015 e publicado num volume com peças de vários autores - Curtas da Nova Dramaturgia, Memória, Edições Guilhotina, 2016. Ainda em 2016, foi um dos textos selecionado, em representação do Comité Português, para o EURODRAM - Rede Europeia deTradução Teatral. Encontra-se traduzido em inglês e francês

ficha artística 


Claudia Lucas Chéu 

texto

Albano Jerónimo 

direção 

Albano Jerónimo | Luís Puto 

interpretação 

Leonor Devlin

participação especial

Francisca van Zeller

voz-off

António MV

concepção plástica 

Rui Monteiro

direção de produção

Francisco Leone

direcção de produção 

Luís Puto

produção executiva 

Casa das Artes de Famalicão | Centro de Artes de Ovar | Teatro Viriato

Coprodutores